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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Menos tempo, mais resultado: as diferenças táticas entre Dorival e Joel


Novo técnico teve menos da metade do tempo para melhorar o Flamengo, enquanto o antecessor não conseguiu qualquer evolução em quase um mês

Entenda as diferenças táticas de Dorival e Joel
(Foto: Montagem sobre fotos da Vipcomm)

Um time organizado, um esquema de jogo simples e compacto e um ataque com poder de fogo. As diferenças entre o Flamengo deJoel Santana e a versão de Dorival Júniorsão expressivas. Os treinadores usaram o tempo que tiveram para armar o time de maneiras bem diferentes. Depois das eliminações precoces na Libertadores e no Campeonato Carioca, Joel teve 28 dias para preparar a equipe para a estreia no Brasileirão. Nenhuma evolução foi apresentada no empate por 1 a 1 com o Sport, no Recife, na primeira rodada, em 19 de maio.

Dorival não teve tal “regalia”. O técnico chegou e comandou o Rubro-Negro sem ter ido a campo para treinar os jogadores. Nas duas primeiras partidas, empatou sem gols com a Portuguesa, no Rio, dia 26 de julho, e foi goleado por 4 a 1 sobre o São Paulo, no Morumbi, no dia 29. Com o adiamento do jogo contra o Atlético-MG, inicialmente previsto para o dia 4 de agosto, o treinador deve dez dias seguidos de trabalho. Neste período, aumentou a carga de treinos e aboliu as folgas. Contra o Figueirense, os primeiros resultados apareceram. A vitória por 2 a 0 foi de um Flamengo mais organizado.

A pedido do GLOBOESPORTE.COM, André Rocha, do blog Olho tático, comparou as duas equipes e a forma como os técnicos aproveitaram as lacunas entre os jogos para aprontar o time. Na análise sobre o trabalho de Joel, apresentado na partida contra o Sport, André aponta a desorganização como um dos principais motivos para o desempenho ruim. Aquela equipe ainda tinha Ronaldinho, que não vivia um bom momento.
O Flamengo de Joel, conforme visto no jogo contra o Sport, após 28 dias sem jogos (Foto: Reprodução)

- O resultado prático dos 28 dias sem jogos para o Flamengo de Joel Santana na estreia do Brasileirão foi uma equipe desorganizada no 4-3-1-2, com setores muito distantes. Frágil e lento na defesa, especialmente na cobertura dos laterais Léo Moura e Magal por González e Welinton; sem poder de marcação e criatividade no meio-campo – Rômulo muito próximo dos zagueiros, e Bottinelli recuando para tentar crias as jogadas com Kleberson e Luiz Antonio. Na frente, um Ronaldinho desmotivado escondido no lado esquerdo, isolando Vagner Love no ataque. Time apático e descoordenado, que teve o goleiro Paulo Victor como o melhor em campo no empate por 1 a 1 com o Sport (melhores momentos abaixo).


Dorival está no cargo desde 27 de julho. A equipe passou por mudanças importantes, especialmente a postura. Contaminados pelo treinador, os jogadores tornaram-se mais ativos em campo. André Rocha tomou como base para a análise o jogo contra o Figueirense, o primeiro do novo treinador após ter tempo de trabalhar com o grupo.

- Com apenas dez dias de trabalho efetivo, Dorival Júnior armou 4-3-3 simples e compacto contra Figueirense (melhores lances abaixo do campinho) e Náutico: Cáceres plantado à frente da defesa combatendo, iniciando a saída de bola e distribuindo o jogo; pelos flancos, os laterais Léo Moura (Wellington Silva) e Ramon ganharam o auxílio dos volantes-meias Luiz Antonio e Renato e dos ponteiros Negueba e Thomás no apoio e na marcação avançada e organizada. Com time mais agrupado e trabalhando a bola, a dupla de zaga formada por Thiago Medeiros (Welinton) e González ficou menos exposta e Vagner Love ganhou companhia na frente, marcando quatro gols em dois jogos – analisou André Rocha.
O Flamengo de Dorival, no jogo contra o Figueirense: dez dias de treinamento (Foto: Reprodução)

Com a preocupação de não criticar Joel Santana, o lateral-esquerdo Ramon analisou o trabalho dos dois treinadores e constatou: houve evolução após a chegada de Dorival.


- São cabeças diferentes. O método que o Dorival chegou a gente assimilou rápido. Precisávamos de uma reação urgente e foi o que aconteceu. O método, o esquema tático com três atacantes, está ajudando. Estamos começando a superar os adversários na força física. Estamos procurando ter posse de bola, paciência, não querer atropelar. É construir o gol, para que seja feito de forma correta e não de qualquer maneira.

O Flamengo visita o Palmeiras nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Engenhão. Dorival vai mandar a campo a mesma formação tática, mas com algumas peças diferentes em relação ao time que enfrentou o Figueirense. Convocados por suas seleções, o zagueiro chileno Marcos González e o volante paraguaio Victor Cáceres vão desfalcar a equipe. Eles serão substituídos por Marllon e Ibson. A estrutura, no entanto, continuará a mesma. A escalação: Felipe, Léo Moura, Welinton, Marllon e Magal; Luiz Antonio, Ibson e Renato; Negueba, Love e Thomás.

O Rubro-Negro tem 22 pontos e está em nono na tabela, com um jogo a menos (partida contra o Atlético-MG foi adiada). O Alviverde está em 17º, com 13.

fonte globoesporte

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